1.8. FILTRAÇÃO DO LACTOSORO

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

A elaboração de queijo dá origem a uma grande quantidade de lactosoro. Na maioria dos casos, este é considerado um resíduo a ser eliminado, o que representa uma poluição por quilo de produto semelhante à produzida por três pessoas a nível doméstico. Em regiões com importante atividade pecuária (geralmente porcina) pode-se aproveitar para a alimentação dos animais. Nesse caso, é necessário que as herdades estejam próximas, circunstância que nem sempre se cumpre. Também é frequente ser desnatado ou utilizado para a elaboração de ricota ou requeijão. Não obstante, estas opções são uma alternativa limitada a quantidades pequenas.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

Em caso de filtração, mediante o uso de diferentes membranas, de forma individual ou combinada, permite obter diferentes frações de elevado valor acrescentado.
A seguir expõe-se as mais habituais:
Osmose inversa (OI): com este tipo de membrana retêm-se os solutos do soro, permeando unicamente a água e certos ácidos orgânicos. Isto é, concentra o soro. A eliminação de água torna o seu transporte mais barato, o que é especialmente interessante quando a sala de transformação final está longe da queijaria. Também reduz os custos de aquecimento quando é utilizado como matéria-prima na elaboração de ricota e requeijão.
Ultrafiltração (UF): é a tecnologia que permite separar as proteínas do soro da lactose. Geralmente usa-se para produzir concentrados de proteína de soro, de consumo habitual entre atletas e idosos.
Existem outras possibilidades, como a microfiltração e a nanofiltração, o que, unido a combinações entre elas, permite uma vasta gama de produtos.

Requisitos para a implementação

  • Estudo de viabilidade económica.
  • Instalações e equipamento necessário: tanques de refrigeração, equipamento de filtração, bombas de trasfega, etc.
  • Qualificação dos operários para o manuseamento da instalação.

Vantagens

  • Maior aproveitamento da matéria-prima, permitindo obter maior lucro.
  • Redução de custos de depuração da descarga final. O uso correto desta tecnologia permite deitar os efluentes diretamente à rede de esgoto.
  • Permite um tratamento integral de uma quantidade média/elevada de soro.
  • Alguns destes sistemas (microfiltração ou ultrafiltração) podem ser utilizados para outros processos da indústria, como por exemplo a regeneração de salmouras.

Inconvenientes

  • Custos de equipamentos, instalações e formação de pessoal.
  • Custos de manutenção e limpeza de equipamentos.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

  • Lucro económico derivado da valorização do soro.
  • Maior competitividade da empresa.
  • Capacidade para absorver a produção completa de soro de uma empresa, até mesmo assumir a de outras indústrias próximas, permitindo uma maior rentabilidade das instalações.

Vantagens comparativas ambientais

  • Redução da capacidade poluente dos efluentes. Podem ser libertados diretamente na rede de esgotos.
  • Valorização de um subproduto com elevada capacidade poluente.

Vantagens comparativas sociais

  • Reentrada de uma importante fonte de proteínas na cadeia alimentar.
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