2.4. NOVOS FORMATOS ADAPTADOS AOS HÁBITOS DE CONSUMO

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

Nos últimos tempos tem-se produzido uma mudança considerável nos hábitos de consumo, devido às mudanças no estilo de vida da sociedade atual. Como consequência, há menos tempo para a preparação dos alimentos a nível doméstico, o que dá origem a uma crescente demanda de restauração coletiva e de pratos pré-cozinhados. A indústria alimentar pode responder a este desafio, e elaborar produtos fáceis de preparar e de elevada qualidade nutricional.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

Os produtos de V gama são o resultado da aplicação das novas tecnologias no campo da gastronomia, tornando possível a elaboração de pratos preparados de elevada qualidade. Os pratos preparados refrigerados de V Gama definem-se como uma mistura de ingredientes cozinhados, embalados em atmosfera inerte/vácuo, prontos para consumir depois de uma regeneração (aquecimento prévio ao consumo, no formo, micro-ondas ou em banho-maria, sem serem necessários grandes manuseamentos) e de vida relativamente curta (30-90 dias) conservados em refrigeração. Para isso, o produto deve ser cozinhado em condições adequadas, deve-lhe ser aplicado um tratamento térmico suave e/ou tecnologias de conservação não térmicas, e finalmente o produto deve ser embalado em condições adequadas (skin, MAP, etc.) para manter a sua vida útil.
Por outro lado, para modificar os formatos de venda, é necessário, como mínimo, uma adaptação das embalagens utilizadas, bem como avaliar se é preciso aplicar algum tratamento complementar para manter a qualidade do produto que se vende cada vez mais fracionado. No caso dos fatiados, são necessárias máquinas moldadoras de produtos, cortadores, etc., adaptados ao tipo de produto cárneo a ser fatiado.

Requisitos para a implementação

  • No caso dos alimentos pré-cozinhados ou de V Gama, deve-se ter instalações adequadas para a realização dos processos oportunos.
  • No caso do produto fatiado, deve-se cumprir condições higiénico-sanitárias nas instalações e no manuseamento do produto, de forma a garantir a segurança alimentar.
  • Em todos os casos, a embalagem deve ser adequada para prolongar a vida útil do produto.

Vantagens

  • Produtos cómodos, rápidos e de fácil utilização.
  • Adaptados às necessidades dos consumidores com escassez de tempo para cozinhar.
  • Apresentação mais atrativa do produto.
  • Melhoria da imagem da marca/empresa.
  • Menor custo unitário, maior possibilidade de venda.

Inconvenientes

  • A qualidade do produto pode deteriorar-se ao ser fracionado.
  • Requer investimento em equipamento.
  • Seria necessário avaliar em cada produto em concreto os efeitos das medidas adotadas.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

  • Maiores possibilidades de venda, por se adaptar às necessidades do mercado.

Vantagens comparativas ambientais e sociais

  • Permite elaborar formatos individuais ou de menor quantidade, adaptando-se desta forma à redução do número de pessoas em cada casa, ou às pessoas que vivem sozinhas atualmente. Reduz-se a quantidade de comida desperdiçada, ou que se deixa estragar. De acordo com a FAO, a quantidade de alimentos per capita desperdiçados pelos consumidores é de 95 a 115 kg/ano na Europa e na América do Norte. Segundo este organismo, no caso da carne e dos produtos cárneos, as perdas e desperdício nas regiões industrializadas são mais graves na fase final de consumo destes produtos em casa e representam cerca de metade das perdas e desperdício totais em toda a cadeia de produção.
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