2.6. BOAS PRÁTICAS DE MANUSEAMENTO NA FASE ANTE MORTEM DE TRANSPORTE DE ANIMAIS DE HERDADE A MATADOURO

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

Apesar dos esforços realizados a nível científico entrados no estudo dos diferentes fatores que afetam a qualidade final da carne (raça, sexo, peso de abate, alimentação, processos industriais de transformação ou tipos de embalagem), existe uma grande variabilidade na qualidade da carne no mercado. Sabe-se que uma grande parte dessa variabilidade na qualidade pode ser devida a diferenças individuais na suscetibilidade do animal em relação ao stress. O processo de abate acarreta um grande número de fatores stressantes para o animal, que afetam os processos fisiológicos e, portanto, determinam a qualidade final do produto. O transporte dos animais do lugar de produção até ao matadouro é o primeiro ponto a ter em conta e constitui um elo de enorme relevância dentro da produção pecuária. Umas boas práticas nesta fase evitarão situação de stress para os animais.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

Além de cumprir as normativas que regulam o transporte de animais de abate e bem-estar do animal, para minorar o stress nos animais durante o transporte para o matadouro e evitar um fator de variabilidade da qualidade de carne produzida, convém ter em conta:

  • Duração do transporte: procurar que o transporte dure o menos tempo possível, tendo em conta a distância do lugar de produção até ao matadouro.
  • Condições do transporte: além do cumprimento de todas as normativas vigentes que têm a ver com o transporte dos animais, propõe-se prestar especial atenção às condições climatéricas durante o transporte e as condições que os animais sofrem no interior do contentor.
  • Evitar a mistura de animais durante o transporte: evitar levar animais de diferentes lugares de origem no mesmo transporte, ou separar no contentor de transporte os animais que não formem uma vara, um rebanho ou uma manada no lugar de origem do transporte. Manter a situação de separação anteriormente explicada no curral do matadouro, durante o tempo de espera até ao abate.

Requisitos para a implementação

  • Modificação dos procedimentos habituais desde o momento de carga dos animais no camião até à chegada ao matadouro.

Vantagens

  • Diminuição de carne defeituosa, DFD ou PSE, ao diminuir o caso de animais stressados.

Inconvenientes

  • É preciso uma atenção e um cuidado especial no transporte dos animais, especialmente na separação dos animais de diferente origem.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

  • Diminuição das perdas económicas para o sector cárneo, pois reduz-se os casos com problemas de qualidade da carne, que se deteta ao nível da carcaça através da medição do pH 24 horas post mortem.

Vantagens comparativas ambientais

  • Reduzir a distância desde o lugar de produção até ao matadouro diminui a possibilidade de contaminação, devido ao menor tempo de transporte.

Vantagens comparativas sociais

  • Aumenta a possibilidade de conseguir produtos mais homogéneos sem tanta variabilidade, o que não só é positivo para os consumidores, como evita problemas para as indústrias transformadoras.
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