2.8. NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA MELHORAR A RASTREABILIDADE NAS EMPRESAS DO SECTOR CÁRNEO

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

O termo rastreabilidade entende-se como o conjunto de procedimentos pré-estabelecidos e autossuficientes que permitem conhecer a história, a localização e a trajetória de um produto ou lote de produtos ao longo da cadeia de abastecimentos num momento dado, através de umas ferramentas determinadas. Atualmente existem vários sistemas baseados nas tecnologias da informação e comunicação, com o objetivo de melhorar a rastreabilidade a nível industrial, como por exemplo a utilização de etiquetas de radiofrequência RFID. Também o uso de etiquetas impressas com códigos bidirecionais de resposta rápida (códigos QR) permitiria que o consumidor tivesse informação sobre a origem do produto que adquire, conferindo-lhe um valor acrescentado.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

Os códigos QR são módulos ou códigos de barra bidimensionais utilizados para armazenar informação numa matriz de pontos, que se podem apresentar de forma impressa ou num écran, e que se caracterizam pelos três quadrados que se encontram nas esquinas e que permitem detetar a posição do código ao leitor para facilitar a sua leitura a partir de qualquer localização. Este tipo de código, ao contrário do convencional, pode armazenar grande quantidade de caracteres, e é por isso usado em processos em que é necessário guardar maior quantidade de informação. As suas possibilidades são inúmeras: codificar informação sobre webs, realizar promoções, fazer publicidade, organizar inventários, gerir mensagens de textos, etc.

Figura . Código bidirecional de resposta rápida ou código QR

Quanto às etiquetas de radiofrequência RFID, em princípio a sua utilização é semelhante ao código de barras tradicional. Ao produto que se deseja identificar acrescenta-se uma etiqueta e utiliza-se um leitor ligado a um computador para obter a informação de identificação automaticamente. Não obstante, as semelhanças ficam por aí: tanto a etiqueta como o leitor são totalmente diferentes. O princípio de funcionamento é o seguinte: o leitor emite um sinal eletromagnético que ao ser recebido pela etiqueta faz com que esta responda através de outro sinal em que se envia a informação contida na etiqueta codificada.

Requisitos para a implementação

  • As etiquetas impressas com os códigos bidirecionais de resposta rápida QR estão muito expandidas nas grandes/médias empresas para informar os consumidores sobre o seu produto e normalmente estão incluídas na etiquetagem.
  • As etiquetas de tipo RFID seriam mais adequadas para empresas/atividades em que a gestão da informação a registar, armazenar e utilizar seja muito importante e, portanto, possam justificar o investimento económico que representa a implementação de antenas, equipamentos transmissores e recetores e o desenvolvimento do software específico de rastreabilidade em cada um dos centros de trabalho associados, bem como a despesa económica associada e derivada da manutenção necessária e precisa do sistema RFID.

Vantagens

  • Códigos QR: a implicação e montante económico é bastante exequível pois requererá simplesmente o uso de etiquetas autocolantes de muito baixo custo, uma pequena impressora de códigos QR e o software correspondente (uma aplicação web informática desenvolvida em software livre). A leitura dos códigos pode-se realizar através do telemóvel.
  • Etiquetas RFID: permitem facilitar a gestão interna da informação durante o sistema de produção, melhoram a imagem da marca, do produto, aumentam a confiança do consumidor. Permitem gerir grande quantidade de informação, mantêm de forma integral a rastreabilidade do produto desde a sua origem até chegar ao consumidor.

Inconvenientes

  • Códigos QR: são adequados para proporcionar informação ao consumidor sobre a rastreabilidade do produto. Contudo, as suas aplicações como sistema de rastreabilidade interna a nível industrial são mais limitadas.
  • Etiquetas RFID: o investimento económico será bastante considerável, pois é necessário dotar os diferentes centros tanto com o equipamento hardware, como com o software. Atualmente está mais vinculado ao seguimento e processo de rastreabilidade em alguns sectores industriais em funções como armazenamento, distribuição, transporte de materiais ou controle de stocks.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

  • É uma ferramenta de marketing para o consumidor, além de que permite facilitar a gestão interna da informação durante o sistema de produção, melhora a imagem da marca, do produto, aumenta a confiança do consumidor. Portanto, preveem-se maiores vendas de produtos.

Vantagens comparativas ambientais

  • A utilização destes recursos não tem praticamente impacto ambiental. Os códigos QR podem ser acrescentados à etiquetagem normal do produto.

Vantagens comparativas sociais

  • Permite responder à demanda de informação dos consumidores sobre a origem do produto, melhorando a sua imagem. Permite também gerir a informação interna da empresa, através de sistemas que vão de encontro às possibilidades que as tecnologias de informação e comunicação oferecem atualmente.
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