3.4. IMPORTÂNCIA DO MOMENTO ÓTIMO DE RECOLEÇÃO NA QUALIDADE DA FRUTA

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

O momento ótimo de recoleção da fruta determina, por um lado, a qualidade com que esta chega ao consumidor, e por outro o seu destino comercial. Contudo, é prática habitual realizar recoleções precoces, quando o fruto ainda não desenvolveu toda a sua qualidade sensorial, para garantir um manuseamento seguro da fruta pós-colheita, mantendo as suas características durante o transporte e comercialização. Esta prática resultou numa diminuição do consumo de fruta fresca, devido à falta de qualidade sensorial com que esta chega ao consumidor.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

A colheita é um ponto crucial se se quiser manter uma boa qualidade da fruta durante o período pós-colheita (Figura 1). Colheitas demasiado precoces proporcionam frutos pequenos, com pouco desenvolvimento da cor, elevada firmeza e acidez e pouco conteúdo em açúcares. Além disso, os frutos imaturos são mais sensíveis à desidratação e a desenvolver alterações no sabor e textura (estragos pelo frio) durante a sua conservação frigorífica. Colheitas demasiado tardias, dão lugar, pelo contrário, a perdas importantes de firmeza e de acidez, bem como a uma maior suscetibilidade ao desenvolvimento de doenças fúngicas e deterioração por senescência.

O momento ótimo de recoleção depende fundamentalmente do destino do produto:

− Para mercados longínquos que requerem um longo transporte e armazenamentos pós-colheita prolongados, a fruta deve ser apanhada em madurez fisiológica, que é o estado em que um produto alcançou um desenvolvimento suficiente para que, depois da colheita e manuseamento pós-colheita, a sua qualidade seja, pelo menos, a mínima aceitável pelo consumidor final.
− Para o consumo imediato e para a fruta não climatérica, deve recoletar-se em madurez organolética, que é o estado em que a fruta alcança as melhores características físico-químicas e sensoriais de consumo.

Requisitos para a implementação

  • O momento ótimo de recoleção determina-se com base na evolução de uns parâmetros simples, que variam consoante os produtos. Na fruta, os mais utilizados são o calibre, cor, firmeza e conteúdo em sólidos solúveis totais.

Vantagens

  • A determinação dos parâmetros mencionados para determinar o momento ótimo de recoleção realiza-se de forma simples, através de métodos destrutivos sobre um número representativo de frutos. O instrumental necessário para isso é barato, e de fácil manuseamento. Adicionalmente, existem métodos não destrutivos, atualmente em desenvolvimento, para a determinação dos referidos parâmetros.

Inconvenientes

  • O momento ótimo de recoleção pode ser alterado pelas condições climáticas de cada ano, práticas agronómicas e, principalmente, varietais. Adicionalmente, a qualidade final do fruto pode ver-se alterada pelo seu manuseamento pós-colheita.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

  • A descrição das características sensoriais da fruta (firme, estaladiça, suculenta, aromática, ácida, doce, etc.) e a informação sobre o seu estado de maturação no expositor de vendas, ajudaria o consumidor a escolher consoante as suas preferências pessoais, garantindo assim um sucesso comercial, a fidelização do cliente e, portanto, a repetição de compra do produto.

Vantagens comparativas ambientais

  • Não se descrevem.

Vantagens comparativas sociais

  • A recoleção da fruta em diferentes estados de maturação, em função do seu destino comercial, implica um maior aproveitamento da produção e, portanto, uma menor quantidade de desperdício produzido. Por outro lado, implica uma maior mão-de-obra e, portanto, de emprego agrário.
  • Partilhe