4.4. SISTEMA DE CONTROLE DEQUANTIDADE DE AZEITE ELABORADO
1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA
As deficiências no controle da quantidade de azeite obtido provocam inexatidão dos equilíbrios de matéria, esgotamentos reais, etc.
Desta forma, ainda é prática habitual a contabilização da quantidade de azeite através de contadores de caudal volumétrico e a sua posterior correção a quantidade em peso, forma real em que se maneja as quantidades em azeite, aplicando um valor de densidade do azeite dado que não coincide com a unidade. A densidade é afetada pela temperatura, pelo que desvios neste provocam necessariamente ajuste nas medições. Este fator de correção atendendo à temperatura é de difícil aplicação na realidade, dado as situações não homogéneas e variáveis da referida temperatura nos espaços de trabalho de fábrica, depósito e armazéns.
A qualidade do azeite nasce na oliveira. Portanto, é possível afirmar que na qualidade de um azeite influem um conjunto de fatores tanto ambientais, genéticos e agronómicos ou produtivos que configuram a própria característica e qualidade da azeitona. E a partir desse momento, as operações prévias como a recoleção e o transporte, juntamente com os fatores do processo de elaboração, são os que incidem na deterioração ou simples manutenção dessa qualidade. No processo em si de elaboração diferenciam-se os fatores que diretamente incidem sobre o manuseamento do fruto à sua chegada ao lagar, o processo de extração do azeite do resto de componentes do fruto e por último o armazenamento e manuseamento do azeite elaborado.
Portanto, é importante estabelecer as condições do processo de elaboração mais adequadas, com base nas possibilidades que a azeitona apresenta ou não, quanto a quantidade e qualidade, e assim determinar o destino final comercial de cada lote de azeite.
Porém, ainda é frequente encontrar como prática habitual no sector, não ter estas variáveis estabelecidas ou determinadas, ou efetuá-las de forma incorreta. Desta forma encontramos recoleções e transporte de azeitonas provenientes do solo ou danificadas por pragas e/ou doenças misturadas com azeitonas apanhadas da árvore e saudáveis; manuseamento inadequado da azeitona ao entrar no lagar, por não existir classificação por tipo de azeitonas, por qualidade, ou existir armazenamento excessivo com a consequente perda de qualidade. Já na própria elaboração, a deterioração do azeite também é provocada pelo inadequado conhecimento e controle em moenda, batedura, sobretudo em temperaturas e tempos de batedura, bem como na separação de fases ou gestão dos azeites prévios e posterior ao armazenamento em depósitos.
A consequência mais direta é a falta de controle do produto obtido, que apresenta características de forma imprevisível, ligadas principalmente com a perda de qualidade e quantidade.
2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA
A incorporação de um sistema de controle de quantidade de azeite obtido em processo de elaboração através da instalação de uma caudalímetro mássico na saída do sistema de separação de fases e prévio ao armazenamento nos depósitos. O sistema de controle de qualidade de azeite também tem uma aplicação clara no processo de enchimento de granel em diferentes formatos, depósitos móveis, cisternas, etc.
O caudalímetro mássico dá-nos informação sobre a quantidade diretamente em peso, com o que se garante, portanto, ficar a saber exatamente a quantidade em peso armazenados ou em saída, e evita erros com a sua correspondente implicação económica.
Requisitos para a implementação
Incorporando os equipamentos de medição e automatização necessários para um controle ótimo do processo de elaboração.
É necessário contar e estabelecer:
- Equipamentos de medição de caudal, etc., no processo de elaboração lagar.
- Elementos de controle e automatização. Implantação no processo.
- Programa informático de automatização.
- Procedimento de Processo de elaboração de azeite.
- Pessoal qualificado.
- Sistema de Qualidade ou BPL.
Vantagens
- Maior controle e conhecimento das características da azeitona, azeite, bagaço de azeitona.
- Capacidade de modificação e controle sobre o processo de elaboração e orientação para a otimização.
- Maior capacidade de decisão sobre o destino da matéria-prima e produto final.
- Garantir e manter a qualidade de azeitonas e azeite.
- Garante e incrementa a qualidade do produto, evitando perdas de qualidade.
- Maior conhecimento e controle sobre a qualidade, rentabilidade.
Inconvenientes
- A variabilidade existente, atendendo a variedades, estados de maturação, situações agronómicas diferentes e manuseamentos prévios à entrada no lagar, que provocam variações e situações de partida muito diferentes em qualidade de azeitona e tratamento a realizar em processo de elaboração.
3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)
Vantagens comparativas económicas
- Maior conhecimento do valor da matéria-prima e produtos a obter, em relação a quantidade e qualidade.
- Maior produto de qualidade.
- Maior quantidade de produto.
- Qualidade mais padronizada.
- Menor incidência de imprevistos, de alterações de destino, retirada de produtos.
- Otimização de custos.
Vantagens comparativas sociais
- Maior organização e aproveitamento da produção.
- Maior segurança alimentar.
- Aumento da qualidade do produto.
- Maior satisfação das demandas específicas dos mercados.
- Maior diferenciação de produto e qualidades e poder ajustá-lo às exigências dos consumidores,
- Maiores possibilidades de comercialização e de aumento do valor acrescentado do produto final.