5.1. SEGUIMENTO DO PROCESSO DE MATURAÇÃO DA UVA

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

O desconhecimento da composição da uva durante o ciclo de maturação implica que, na maioria das vezes, não seja vendimada no momento adequado em função do vinho a obter, o que é especialmente importante no caso dos vinhos tintos em que a maturação tecnológica e fenólica não se produz na mesma altura. A consequência imediata é a obtenção de vinhos desequilibrados, quer por excesso de álcool, que por falta de cor.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

O seguimento durante o período de maturação do conteúdo de sólidos solúveis totais (ºBrix), acidez total, pH e os conteúdos em ácidos málico e tartárico permite conhecer o conteúdo em açúcares e, portanto, o grau provável do futuro vinho, e o seu conteúdo em ácidos. Este conhecimento é essencial para a determinação da data da vendima e terá repercussão, portanto, na qualidade da uva que entra na adega. No caso dos vinhos tintos, aos parâmetros anteriores é preciso acrescentar a determinação de compostos fenólicos que determinam a cor e a adstringência do futuro vinho.

Requisitos para a implementação

  • Pequeno material de laboratório ou centralizar a análise em centros especializados.
  • Analista de laboratório com conhecimentos em enologia.
  • No caso de empresas que lidem com grandes volumes de uva/mosto/vinho, pode ser recomendável a utilização de equipamentos NIRS, que permitem a determinação rápida de parâmetros físico-químicos. Desta forma, dispõe-se da informação necessária para rejeitar a receção de uvas que não cumpram os parâmetros de qualidade mínimos estabelecidos, garantindo a qualidade da matéria-prima transformada. Além disso, pode orientar na tomada de decisões sobre a transformação desse lote de uvas.

Vantagens

  • Garante e incrementa a qualidade do produto final, pois em função das características da uva usar-se-ão as técnicas de elaboração mais adequadas.
  • Maiores investimentos em viticultura, ao ter a certeza de que estas serão valorizadas.
  • Ao longo dos anos, haverá um arquivo histórico da evolução das características físico-químicas das uvas durante o período de maturação, que ajudará a tomar decisões mais adequadas sobre a altura da vendima em função da climatologia do ano em curso.

Inconvenientes

  • Custos de pessoal.
  • Custo inicial de infraestrutura (equipamentos de medição).
  • Custos de consumíveis, material, reativos, etc.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

A longo prazo vão-se reconhecer e diferenciar plenamente duas viticulturas que existem na atualidade:

  • Grandes produções destinadas a granéis.
  • Pequenas produções destinadas a vinhos de qualidade.

Vantagens comparativas ambientais

Um melhor conhecimento do período de maturação pode conduzir a uma vinha mais saudável e a um cultivo mais racional e sustentável. Isso implica:

  • Um melhor doseamento dos pesticidas a usar.
  • Uso mais eficiente da água de rega no caso das vinhas regadas.

Vantagens comparativas sociais

  • Aumento da qualidade do produto. Mais mercados, mais ganhos, mais emprego.
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