5.2. CLASSIFICAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE DA UVA EM ADEGA EM FUNÇÃO DO SEU DESTINO

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

O pagamento da uva em vindima não se realiza consoante os valores de determinados parâmetros estimativos da qualidade da uva, mas sim unicamente em função do grau alcoólico provável do vinho que se irá obter a partir dessa uva. Isto implica, entre outras, as seguintes consequências:

  • A uva não se vindima em função do vinho a elaborar.
  • Os viticultores mostram-se relutantes em adotar práticas adequadas para conseguir uvas de melhores características físico-químicas, pois isso não se repercutirá na sua economia.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

A. Determinação da Maturação Tecnológica

  • Grau alcoólico provável (GAP)
  • Conteúdos em ácidos tartárico e málico. Relação tartárico/Málico, Ácido Total e pH.
  • Conteúdo em minerais: K

B. Determinação da Maturação Fenólica

  • Polifenóis, Antocianos e Taninos Totais e facilmente extraíveis
  • Extratibilidade dos polifenóis e maturação das sementes
  • Intensidade da cor do futuro vinho

C. Determinação do estado sanitário da uva

  • Ácido glucónico
  • Percentagem de uva sã/uva podre

Requisitos para a implementação

  • Pequeno material de laboratório ou centralizar a análise em centros especializados.
  • Analista de laboratório com conhecimentos de enologia.
  • No caso de empresas que lidam com grandes quantidades de uva/mosto/vinho, é recomendável a utilização de equipamentos NIRS, que permitem a determinação rápida de parâmetros físico-químicos. Desta forma, dispõe-se da informação necessária para rejeitar a receção de uvas que não cumprem os parâmetros de qualidade mínimos estabelecidos, garantido a qualidade da matéria-prima transformada, além de que também pode orientar na tomada de decisões sobre a transformação desse lote de uvas.

Vantagens

  • Uma avaliação das uvas em função da possível qualidade do vinho a obter.
  • Uma classificação dos diferentes lotes.
  • Uma correta elaboração do vinho, partindo dos padrões de qualidade previamente estabelecidos.
  • Vinificações mais dirigidas para o vinho que se deve elaborar em função das características da uva de partida, o que garante e incrementa a qualidade do produto final.
  • Maiores investimentos em viticultura, ao ter a certeza de que estas são valorizadas.

Inconvenientes

  • Custos de pessoal.
  • Custo inicial de infraestrutura (equipamento de medição).
  • Custos em consumíveis, material, reativos, etc.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

  • Um reconhecimento e pagamento da uva que não fosse feitoapenas em função do gau alcoólico implicaria um maior número e maiores ganhos para as produções que fomentem a qualidade destas.

Vantagens comparativas ambientais

Um melhor conhecimento do período de maturação pode levar a uma cultura mais racional e sustentável da vinha e a uma melhor saúde pública. Isso implica:

  • Uma dosagem melhor dos pesticidas a usar.
  • Uma utilização mais eficiente da água de rega no caso das vinhas regadas.

Vantagens comparativas sociais

  • Aumento da qualidade do produto.
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