5.3. TRANSPORTE ADEQUADO DA VINDIMA

1. PRÁTICA HABITUAL UTILIZADA

O transporte da vindima da vinha até à adega efetua-se, geralmente, em grandes contentores que não estão termostatizados. Isto provoca perdas e oxidações de mosto que se repercutem numa descida da qualidade, especialmente no caso dos mostos brancos.

2. DESCRIÇÃO TÉCNICA DA BOA PRÁTICA

Execução da vindima manual de acordo com padrões de qualidade (durante as primeiras horas da manhã, em pequenas quantidades e tentando que a uva chegue ao seu destino o mais intacta e fresca possível).

Execução de vendima mecânica, efetuada de noite ou durante as primeiras horas da manhã e transporte imediato dos contentores para a adega, evitando a oxidação do mosto.

Neste último caso, ainda não se conhece bem o efeito que esta prática tem nas características das uvas, portanto seria necessário efetuar uma analise para conhecer a composição das uvas vindimadas mecanicamente. Estas análises incluem:

  • Determinar a quantidade, grau de presencia, etc., de folhas e fragmentos de parra. Estabelecer um valor que nos indique a ausência de elementos distintos da uva.
  • Avaliar a proporção uva inteira/mosto do camião.
  • Grau alcoólico provável.
  • Acidez total ácido málico, tartárico.
  • Saúde do mosto (ácido glucónico).
  • Nas uvas tintas: conteúdo em polifenóis e antocianos totais e extraíveis.
  • Nas uvas brancas: conteúdo em polifenóis e pigmentos castanhos. Oxidabilidade do mosto.

Requisitos para a implementação

  • Caixas de plástico e veículos termostatizados para o transporte.
  • Vindimadoras mecânicas.

Vantagens

  • Uvas de maior qualidade ao começar a elaboração com tudo o que isso implica.
  • Obtenção de mostos menos oxidados, o que se repercute num menor gasto em substâncias oxidantes.
  • Evitar processo de fermentação não controlados.
  • Menor despesa energética. Está demonstrado que a despesa energética da adega para fermentar a temperatura adequada é muito menor se a uvas chegarem à adega frescas.

Inconvenientes

  • No caso da vindima manual, o número de jornaleiros pode ser maior.
  • Custos de análise de vindima mecanizada.

3. BENCHMARKING (vantagens comparativas)

Vantagens comparativas económicas

  • Todas as derivadas da utilização de uma matéria-prima melhor. Neste caso, menor despesa em produtos antioxidantes (sulfuroso), tempos menores de trasfega e temperaturas inferiores de fermentação e, portanto, menor despesa de dispositivos de arrefecimento (menor custo energético), menor despesa em produtos para limpeza de mostos antes da fermentação.

Vantagens comparativas ambientais

  • As derivadas de um menor custo energético.

Vantagens comparativas sociais

  • As derivadas da obtenção de vinhos de melhor qualidade.
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